Certificação de dados diminui ataques hackers e vazamento de informações
Quantas notícias sobre ataques hackers e vazamento de dados você se recorda de ter lido ou ouvido recentemente? Com certeza, muitas. Isso porque de fato essas invasões vêm acontecendo com mais frequência, até mesmo com grandes instituições públicas como o Banco Central, que em janeiro deste ano comunicou um incidente de segurança que culminou no vazamento de mais de 160 mil chaves pix potencialmente expostas, ou ainda o caso do SUS (Sistema Único de Saúde) que teve os dados de 243 milhões de brasileiros vazados. Assim como esses episódios no setor público, as invasões são ainda mais comuns no setor privado.
Isso acontece pelo valor estratégico que os dados possuem; ou seja, dados geram riqueza, por isso são preciosos. Dados são ativos e é o seu potencial de gerar informação que as empresas usam para prestar serviços, fazer análises, aprimorar a inteligência de negócios, ou até mesmo para treinar modelos de inteligência artificial. Por isso, esses ativos são tão interessantes para hackers, pessoas que querem descobrir tais informações ou enfraquecer as empresas que detém os dados.
Com tal cenário, as empresas têm buscado aumentar a segurança de seus sistemas e, tecnicamente, a melhor forma de fazer isso é descentralizando ou dispersando essas informações, mas, ao fazer isso, a empresa perde o valor que esses dados têm quando estão em conjunto, para uma leitura de oportunidades. Então hoje, quanto mais oportunidades determinadas a empresa quer explorar a partir dos dados de usuários que ela tem em seu banco, mais risco ela assume em vulnerabilidade digital, ficando numa sinuca de bico. Pelo menos até agora.
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Já começam a surgir organizações que desenvolvem formas de apresentar e viabilizar essas oportunidades para as empresas, sem que elas precisem manipular os dados, por meio de uma etapa chamada certificação de dados, aumentando a segurança das plataformas. A certificação é um processo de autenticação de determinado dado, atribuindo-lhe um valor e uma garantia de que é um dado válido, de origem segura e que concorda com as regras previstas pelas leis de proteção de dados. Ao final deste processo, será emitido um certificado criptografado, atestando a autenticidade do dado, e será este certificado que irá ser movimentado entre as empresas e não as informações.
Isso muda tudo no quesito segurança. Os certificados poderão circular para atender a propósitos de negócio específicos, desde que os donos dos dados autorizem seu uso, permitindo que as empresas mitiguem o risco de vazamento, invasão e multas, operando apenas os dados relevantes e preparados para cada oportunidade. Além disso, ao certificar determinado dado, este passa a ter um valor de mercado muito maior por ter sua origem verificada e autenticada. Isso, consequentemente, diminui o valor dos dados não certificados e enfraquece o escambo de dados que acontece livremente hoje na deep web, pois dados não certificados passam a ter um valor muito baixo.
Esse processo de certificação utiliza também a já conhecida tecnologia do blockchain como referência para garantir a autenticidade das informações e os certificados são semelhantes às NFTs, sendo tokens que comprovam a propriedade de um bem ou ativo digital. Então, cada cidadão poderá solicitar a certificação de seus dados pessoais e também os dados gerados a partir de sua relação com inúmeras empresas e negociar o uso dessas informações mediante um acordo comercial.
É isso que propõe o modelo de monetização de dados; dessa forma, quando um acordo desses é fechado, a pessoa autoriza o envio do certificado dos seus dados para o determinado uso da empresa com a qual ela negociou e essa transação passa a ser bem mais segura e transparente.